Tendo terminado de
vagar pelo deserto, o povo de Israel seguiu um caminho tortuoso em direção ao
oriente da terra de Canaã, rodeando pelo sul do mar Morto, e evitando passar
pelas terras de Edom. Seu caminho os levava por regiões desertas, e também por
território ocupado por cananeus.
O primeiro dos
cananeus foi o rei de Arade, que habitava no Neguebe, a sudoeste do Mar Morto.
Ele os atacou e levou alguns cativos. Israel clamou ao SENHOR e prometeu
destruir totalmente as suas cidades se o SENHOR lhes desse vitória. O SENHOR os
ouviu e entregou em suas mãos os cananeus, que eles então destruiram
completamente, como haviam prometido. O SENHOR já havia anteriormente prometido
destruir estes povos (Êxodo 23:23).
Continuando a viagem,
eles passaram do outro lado do monte Hor, no caminho do mar Vermelho (o golfo
de Acaba). É um caminho deserto e pedregoso, trazendo novamente o desânimo para
o povo. Pela sétima e última vez, eles reclamaram contra Deus e contra Moisés,
por terem sido tirados do Egito e trazidos para o deserto onde não havia pão
nem água, reclamando ainda do maná, que chamaram de pão vil.
No Salmo 78
encontramos as causas das reclamações do povo:
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1. Obstinação,
2. Rebeldia,
3. Inconstância de coração e
4. Infidelidade de espírito (versículo 8).
5. Não guardaram a aliança de Deus e
6. Não quiseram andar na sua lei (versículo
10).
7. Esqueceram-se das obras e das maravilhas
que o SENHOR lhes mostrara (versículo 11).
Nossas reclamações
frequentemente têm as mesmas causas. Se pudermos corrigir estas ações e
atitudes irrefletidas, deixaremos também de nos queixar quando achamos que as
coisas não vão bem.
O SENHOR fez uso de
serpentes abrasadoras (venenosas) para punir o povo pela sua incredulidade e
rebeldia. O deserto naquelas regiões tem uma variedade de serpentes, algumas
das quais se escondem na areia e atacam sem aviso prévio. A mordida traz grande
sofrimento e pode levar a uma morte lenta. As serpentes que o SENHOR mandou
sobre o povo de Israel eram mortais, pois morreram muitos dentre eles.
"Havemos
pecado" disse o povo a Moisés ao pedir que ele intercedesse por eles para
que fossem tiradas as serpentes. Todos nós só podemos começar uma nova vida com
Deus depois que reconhecemos que pecamos. Cristo morreu pelos pecadores. Quem
não vier a Ele na categoria de pecador, não pode ser salvo por Ele.
O povo não
prometeu nada, apenas reconheceu o seu pecado, e confiou na misericórdia de
Deus. Também somos salvos apenas por reconhecermos o nosso pecado e confiarmos
na graça de Deus revelada em Cristo - Deus não requer uma promessa de nossa
parte.
A resposta do SENHOR
foi mandar que Moisés levantasse uma serpente abrasadora feita de bronze numa
estaca à vista de todos: quem fosse mordido e olhasse para a serpente, seria
curado.
Quem, porém, em sua incredulidade não olhasse para a serpente e
confiasse em outros remédios, morreria. Era, portanto, necessário que o que
fosse mordido tivesse fé suficiente apenas para olhar para a serpente.
O Senhor Jesus nos
explicou que, da mesma forma, quem crê nEle não perecerá, mas terá a vida
eterna (João 3:14-16). É suficiente que o pecador convicto olhe para Cristo
(Hebreus 12:2), pela fé, para ser salvo da perdição, não há outra condição.
Mas, quem procurar se salvar por outros meios, nunca o conseguirá.
A serpente de bronze
é um símbolo do pecado julgado e condenado. Bronze nos fala do julgamento de
Deus, como no altar de bronze (Êxodo 27:2) e do julgamento de si próprio, como
na bacia de bronze. A serpente de bronze é uma figura de Cristo feito pecado
por nós (João 3:14, 15; 2 Coríntios 5:21), levando nossa condenação.
Historicamente, o momento foi quando Cristo bradou "Deus meu, Deus meu,
por que me desamparaste?" (Mateus 27:46).
Podemos fazer as
seguintes comparações:
1. Serpentes que mordíam. O pecado nos
ataca.
2. A mordida doía pouco no início mas a dor
crescia até um grande sofrimento final. Inicialmente pouco sentimos, mas vai
nos trazer grande sofrimento no fim.
3. O resultado era a morte. Morremos
espiritualmente.
4. Uma serpente de bronze foi levantada no
deserto. Jesus Cristo foi levantado em uma cruz no Calvário.
5. Só olhar para a serpente de bronze
restabelecia a vida. Só olhar para Cristo nos dá a vida eterna.
Terminado este
episódio de castigo e salvação, o povo prosseguiu pelo caminho determinado pelo
SENHOR, parando para acampar em Obote, Ijé-Abarim, vale de Zerede, na outra
margem do Arnom, e em Beer, o nome de um poço com água abundante para o povo.
Enquanto no deserto
eles estiveram se queixando e lastimando, agora eles cantaram um cântico de
alegria por causa do poço. Notemos o progresso:
1. a expiação (versículos 8, 9; João 3:14,
15)
2. a água, símbolo do Espírito Santo
(versículo16; João 7:37-39)
3. a alegria (versículos 17, 18; Romanos
14:17)
4. o poder (versículos 21:21-24, Atos 4:33).
Saindo de Beer,
continuaram indo primeiro para Mataná, depois Naaliel e Bamote, chegando até um
vale no campo de Moabe, de onde mandaram mensageiros a Seom, rei dos amorreus,
pedindo licença para passar pelo seu território.
O rei Seom, ao invés
de usar de diplomacia, não só recusou passagem, mas reuniu todo o seu povo e
foi ao encontro de Israel para combater contra ele. O SENHOR deu vitória
absoluta ao povo de Israel, que tomou então posse da terra e das cidades dos
amorreus, que estes haviam antes conquistado dos moabitas.
Este território tinha
como fronteiras, ao sul o rio Arnom, que deságua aproximadamente no centro do
mar Morto, ao norte o rio Jaboque, afluente do rio Jordão que fica
aproximadamente entre o mar de Quinerete (Galiléia) e o mar Morto, ao oeste o
rio Jordão e ao leste a fronteira fortificada de Amom.
Assim eles
conquistaram seu primeiro território, mais tarde ocupado pelas tribos de Rúben
e Gade. Os versículos 27 a 30 consistem em um poema daquele tempo celebrando a
vitória.
Camos era o deus nacional dos moabitas, que não lhes valeu quando os
amorreus haviam invadido o seu território, agora tomado pelos israelitas.
Havia restado um
grupo de amorreus em uma localidade chamada Jazer, dentro daquela área. Depois
de um reconhecimento que Moisés mandou fazer, os israelitas expulsaram os
amorreus e tomaram as suas aldeias.
O povo tomou
novamente o rumo do norte, e foram enfrentados por Ogue, o rei de Basã, cujo
território ficava do outro lado do rio Jaboque. Mesmo antes da batalha o SENHOR
já havia dito a Moisés que havia entregue todo o povo e território de Basã em
suas mãos. E assim sucedeu: todo o povo que ali habitava foi destruido, e
Israel com isso adquiriu toda a região a leste do mar da Galiléia e do rio
Jordão, até o monte Hermom (Deuteronômio 3:8). Mais tarde o território de Basã
foi herdado pela tribo de Manassés.
Deus nos dá vitória sobre os nossos inimigos espirituais também: a carne, o mundo, e o diabo!
Primeiro, porém, precisamos confiar em Cristo e depois tomar a nossa armadura
para combater (Efésios 6:13-18).
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